O diretor cultural da AMP/RS, David Medina da Silva, participou nesta segunda-feira do programa Band Repórter, na Rádio Bandeirantes AM, que abordou o abalo nas relações entre o Ministério Público e a Polícia Civil após a reviravolta no Caso Eliseu Santos. Durante cerca de duas horas, o apresentador Milton Cardoso mediou o debate entre Medina e o presidente da Associação dos Delegados do Rio Grande do Sul, Wilson Müller.



A despeito das queixas do delegado de que o membros do MP teriam desrespeitado a Polícia Civil ao desenvolver uma nova investigação sem retornar suas dúvidas em relação, o promotor explicou que nenhuma instituição é soberana sobre a conclusão de cada caso. "É comum o MP não acolher conclusões da Polícia e também é frequente o Judiciário não aceitar denúncias oferecidas pelo Ministério Público. E nem por isso ocorrem críticas públicas à posição dos magistrados... A Polícia não detém o mando total sobre a investigação", disse Medina.



O diretor cultural da Associação defendeu o trabalho desenvolvido pelos promotores Eugênio Paes Amorim, Lúcia Helena Callegari, André Gonçalves Martínez e Jorge Alberto dos Santos Alfaya, que atuam no caso, e insistiu no argumento de que o MP precisa ter o direito de provar que houve crime de homicídio, e não latrocínio. "Se estivermos convencidos da inocência dos réus, vamos trabalhar pela absolvição...A Polícia Civil passou a assumir a defesa pública dos réus, e isso não pode acontecer", acrescentou.





Ao final, Medina assegurou que o caso está em ótimas mãos e que o MP vai trabalhar arduamente para elucidar o caso da morte do ex-secretário de Saúde da Capital.