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Acampamento Henrique Dias de Freitas Lima é tema da nova edição do Memorial da AMP/RS

Espaço localizado na Sede Campestre presta homenagem a ex-procurador de Justiça e ícone do tradicionalismo gaúcho
20/06/2025 Atualizada em 20/06/2025 11:14:16
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O Departamento do Memorial Sérgio da Costa Franco, da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (AMP/RS), apresenta em sua nova edição a trajetória do ex-procurador de Justiça Henrique Dias de Freitas Lima, figura marcante tanto no Ministério Público quanto na valorização da cultura regional.


Localizado no interior do Galpão Crioulo Dr. Lauro Pereira Guimarães, na Sede Campestre da AMP/RS, o Acampamento Tradicionalista Gaúcho Henrique Dias de Freitas Lima é utilizado para encontros entre associados e eventos sociais. O espaço celebra o legado de Freitas Lima, reconhecido por sua atuação no nativismo e por manter vivas as tradições do Rio Grande do Sul.


Ele ingressou no MP em 1961 e se aposentou como procurador de Justiça em 1986. Ao longo da carreira, esteve diretamente envolvido com o Movimento Tradicionalista Gaúcho e foi um dos idealizadores da Califórnia da Canção Nativa, festival que marcou a história cultural do Estado. Também exerceu papel ativo na AMP/RS como Assessor Cultural e presidiu o SICREDI-MP.


A publicação inclui uma biografia escrita por seu filho, o cineasta Henrique de Freitas Lima, que relembra momentos da vida profissional, familiar e cultural do pai.


Com edições lançadas periodicamente, a série do Memorial tem como missão preservar a memória institucional e valorizar aqueles que ajudaram a construir a história do Mini


HENRIQUE DIAS DE FREITAS LIMA


Com a prestimosa colaboração de Henrique de Freitas Lima, produtor audiovisual, cineasta e advogado, filho do homenageado, transcrevemos pequena biografia que escreveu de seu pai:


"Curriculum resumido de atividades ligadas à cultura do Rio Grande do Sul.


Henrique Dias de Freitas Lima (1932-2005) atuou como Promotor Público em Bom Jesus, Santa Vitória do Palmar, Uruguaiana e Porto Alegre, onde encerrou a carreira e se aposentou como Procurador de Justiça. Instrumentista nato sem nunca ter estudado música, tocava acordeon e violão e cantava de forma especial, tanto na língua materna como em espanhol, que aprendeu em uma vida dedicada às coisas do pampa, paisagem cultural que o fascinou desde a infância.


Ao residir em Santa Vitória do Palmar, passou a se dedicar às atividades organizadas do então florescente MTG - Movimento Tradicionalista Gaúcho. Estes anos foram marcados pela convivência frequente com os amigos Glaucus Saraiva e Guilherme Schultz Filho, dois dos grandes nomes que integram a primeira geração do culto às tradições do Rio Grande do Sul e que marcaram em definitivo sua vida posterior.


Os anos vividos em Uruguaiana, entretanto, é que lhe garantiram a posteridade como um dos responsáveis pelos primeiros passos do que hoje se denomina nativismo. Promotor Público diligente e inserido em sua comunidade, o temperamento aberto e dinâmico logo lhe fez aceitar desafios, como o de organizar a Festa Nacional da Lã, evento que destacaria o principal produto do município naqueles tempos. Depois de ter coordenado a 4ª. Região Tradicionalista, a escolha dos artistas que brilhariam na festa o fez cruzar o rio Uruguai e buscar talentos na maior festa "gaucha" argentina, o Festival de Cosquín, na província de Cordoba. A convivência com os artistas platinos prenunciava o que estava por vir.


O preconceito contra a música gaúcha de raiz, banida de um festival de "música popular brasileira" de uma rádio uruguaianense por não se caracterizar como tal, o levou a criar em conjunto com o amigo Colmar Duarte, um dos autores da música desprezada, um evento de nome estranho para a época: a Califórnia da Canção Nativa. Na calorenta Uruguaiana de dezembro de 1971, no Cine Pampa, perante não mais do que trinta pessoas, iniciava um movimento que mudou em definitivo a cultura gaúcha.


Espécie de catalizadora de uma chama que se perpetua até hoje, pulverizada em muitos caminhos, a Califórnia da Canção Nativa está na origem de inúmeros eventos similares e impulsionou a carreira da maior parte dos artistas que cantam o pago, do sul ao norte do país e até fora dele. Henrique presidiu as três primeiras edições e foi o responsável pela organização do evento numa época em que sequer se imaginava formas de fomento como as atuais leis de incentivo à cultura. Trabalho diário e incansável, fruto de relações pessoais conquistadas com perseverança e generosidade.


Já em Porto Alegre, depois de encerrar a carreira no Ministério Público, se dedicou com mais afinco ao talento inato: produziu quatro discos em que homenageou algumas de suas principais influências. Ao recuperar a obra poética dos amigos Glaucus Saraiva e Guilherme Schultz Filho recitando seus poemas com simplicidade e bom gosto, lhes deu um registro especial, diferente do tom laudatório tão comum entre os declamadores. Ao aceitar o desafio de juntar músicos da melhor qualidade para simplesmente cantar algumas das pérolas do cancioneiro platino, no folklore e na música urbana da Buenos Aires que amava, o tango, produziu dois discos de especial qualidade, ainda mais raros por se tratar de um artista amador que sempre cantou por paixão.


Se algo marcou sua vida foi exatamente a paixão. Pelo bem viver, pelos amigos e pela família. Mas também pela cultura gaúcha, que amava com profundidade telúrica e definitivamente".


O Dr. Henrique ingressou no Ministério Público em 13/08/1961, aposentando-se como Procurador de Justiça em 07/02/1986. Além da destacada atuação como membro do MP, teve participação associativa intensa: Assessor Cultural da AMPRS, na gestão do Dr. Ivory Coelho Neto (2000/2002), e um dos criadores do Grupo Literário Aureliano de Figueiredo Pinto, voltado à cultura gaúcha. Sócio-fundador do SICREDI-MP, integrou o Conselho de Administração desde 1999-2002, quando foi eleito Presidente da Entidade. 


A AMP/RS prestou homenagem ao Dr. Henrique dando-lhe o nome ao acampamento, situado no interior do Galpão Crioulo Dr. Lauro Pereira Guimarães, na Sede Campestre.





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